top of page
  • Foto do escritorAninha

Um pedacinho do “paraíso” pertinho de nós!

Atualizado: 13 de out. de 2020



Eu moro no Campeche, o lugar mais legal do mundo! E é incrível pensar que em um único espaço eu posso me aventurar e aprender de tantos jeitos diferentes. O meu bairro não é só praia não, minha gente...é arte, é cultura popular, é história, e é aula de consciência ambiental! Neste lugar há tempo para se divertir e há tempo para aprender. Mas, eu confesso que sempre me divirto muito enquanto aprendo em minhas aventuras por aqui. Morar pertinho do mar é um presente!



Mas esse tal de Covid-19 é um bichinho chatinho, chegou de repente e por causa dele deixei de passear pelo meu bairro, de encontrar meus amigos e de brincar na praia. Às vezes fico triste por isso, então procuro me animar lembrando das palavras de minha avó:


“- Aninha, minha filha, há males que vem para o bem!”


Confesso que na primeira vez que ela me disse isso não entendi nada. Tive de pedir ajuda para a minha mãe, que me explicou que vovó estava usando um dito popular, ou seja: uma frase que as pessoas sábias costumam usar e ensinar para os seus filhos e netos, e que ajudam a gente a entender as experiências da vida. E, por isto, elas são uma herança que faz parte da cultura popular brasileira.


Aí, fiquei pensando um pouco a respeito disso e cheguei a conclusão que a vovó deve ter um montão de ditos populares na ponta da língua afinal, ela já viveu bastante! A conversa com mamãe continuou com ela tentando me ajudar a entender o que a vovó disse:


“- Aninha, com esta frase a vovó quis dizer que um acontecimento que parece ruim pode trazer algo de bom no futuro como, por exemplo, um aprendizado, uma conquista... algo que nos faz melhorar como pessoas. Veja só, meu amor, nos últimos meses foi necessário que ficássemos em casa e isto fez com que tivéssemos que adiar as nossas viagens pelo Brasil. No entanto, a gente teve saúde, esperança e alegria para se aventurar e se divertir muito usando a imaginação, as lembranças e as brincadeiras aqui em casa, não é mesmo?”


Minha mãe sempre tem razão! E minha avó também estava certa quando me respondeu com o seu “dito popular”. Realmente, eu estava pertinho da minha família, em casa e com saúde para brincar e aprender de um jeito diferente. Se eu fechar os meus olhos, por exemplo, eu consigo ir até o Pacuca, passear pela Avenida Pequeno Príncipe para visitar aquela loja de arte popular que eu adoro, subir o morro do lampião, tomar um banho de mar e, até mesmo, pegar um barco para ir até a ilha do Campeche. Ilha do Campeche?! Foi neste instante que eu lembrei de algo muito importante e falei para mamãe:


“- Mãe! Será que eu já contei para os leitores do blog a minha aventura na ilha do Campeche?” – perguntei espantada.


“- Não Aninha. E eu penso que este seja o momento perfeito para isso, aliás, não deixe para amanhã aquilo que você pode fazer hoje” – respondeu mamãe sorrindo, enquanto me ensinava outro dito popular.


Eu havia entendido e, num pulo, busquei o nosso diário de aventuras e encontrei as páginas em que colamos as imagens e escrevemos a história da ilha do Campeche. Comecei a folhear e lembrar de cada detalhe deste lindo lugar e, juntas, mamãe e eu conversamos a respeito daquele dia maravilhoso que tivemos em família. E, agora, vou te contar o que os nossos olhos viram e os nossos coração sentiram ao visitar esta ilha incrível.


Mas, antes, quero te falar um pouquinho da praia do Campeche, pois é de lá que podemos avistar a ilha. Nesta praia, temos um espaço de areia bem grande para brincar e se divertir. Muitas coisas acontecem por lá no verão, mas o meu evento preferido é a pesca da tainha, que acontece entre os meses de maio e junho.



Esta pesca é demais, e já se tornou atração na praia do Campeche. Muita gente quer ver e fotografar aquele montão de pescadores e aquela quantidade enorme de peixes que saem de suas redes. É que os pescadores se reúnem bem cedinho na praia e com seus barcos preparam as redes, lançam e esperam. Depois, as puxam juntos para recolher os peixes. Minha mãe me disse que este tipo de pesca é artesanal e é muito legal ver tantos peixinhos brilhantes reunidos.




E quanto a ilha do Campeche? Vou te contar: toda vez que vamos até a praia eu me demoro observando aquele pedacinho de terra perdido no mar. Ela parece estar tão perto da praia que me dá vontade de ir nadando até lá. Só que eu aprendi com a minha professora que a distância entre a praia e a ilha é de quase 2 km, ou seja, 20 quadras inteiras! Então, pensando bem, eu acho que os meus braços e pernas ficariam muito cansados.


Bem, se não dá para ir nadando, você deve estar se perguntando como é que a gente fez para chegar lá. Você se lembra da história da praia da Armação, que compartilhei com vocês aqui no blog dias atrás? Nela, eu expliquei que existe um píer perto da praia de onde saem as embarcações que fazem os passeios para a ilha do Campeche. Pois foi exatamente assim que fizemos, e a travessia de barco durou uma meia horinha só, e foi pura aventura!

Eu me lembro que costumava ouvir os amigos dos meus pais dizerem que a ilha do Campeche parece um paraíso. E pensava: o que isto significa? E do que um paraíso é feito afinal? Bem... ao chegar perto da ilha e descer do barco eu entendi o que eles queriam dizer. Se paraíso é um lugar que faz o coração bater mais rápido... uau! Realmente, ele existia e estava bem na nossa frente!



Fonte: https://www.booking.com/hotel/br/suite-na-praia-do-campeche.pt-br.html


Lembro de sua areia branquinha, do mar verdinho e calmo, e das trilhas com muitas arvores. Ah! Falando em árvores, foi neste dia que eu aprendi o verdadeiro significado do nome do meu bairro. Você já parou para pensar nisso? Olha que legal: antigamente existiam muitas árvores nativas, ou seja, que pertencem ou só próprias de um lugar, e uma delas se chama pau-de-campeche ou somente campeche. Ela é uma arvorezinha de madeira dura e pesada que, após ser extraída, produz um corante vermelho que antigamente era bastante usado para tingir tecidos. Por existirem muitas delas por aqui, o lugar recebeu o seu nome. Não é demais saber disso?


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hematoxylon_campechianum


Mas o que mais me chamou a atenção foi algo que eu nunca imaginei encontrar por lá: sítios arqueológicos! Isso mesmo! Durante a caminhada por trilhas que são acompanhadas por guias, descobrimos que existem mais de 100 inscrições rupestres gravadas em rochas. Usando as minhas palavras, posso dizer que elas são como desenhos com linhas feitos por um povo muito antigo que viveu lá. Quando eu os vi, logo lembrei dos desenhos indígenas que mamãe já me mostrou.

O guia nos explicou que estas inscrições existem a mais de 5 mil anos e que a ilha do Campeche tem mais gravuras do que a ilha de Santa Catarina, do Arvoredo e das Aranhas juntas! Isto é mesmo incrível, não é?



Fonte: https://www.litoraldesantacatarina.com/dicas-de-passeios/isto-e-brasil-isto-e-santa-catarina/



Eu fiquei impressionada e imaginando o povo antigo desenhando, pensando que tipo de lápis eles usaram para fazer com que elas não se apagassem com o passar do tempo. Eu me lembro de ter perguntado baixinho para a minha mãe:


“- Mamãe, você compra um giz assim pra mim? Aí, os desenhos que eu colorir vão durar para sempre!”


Lembro que, sorrindo, mamãe me explicou que naquele tempo não havia giz e que, sem dúvida, o povo antigo usou algo da natureza para registrar as suas histórias nas pedras.

Durante a caminhada pela trilha, encontramos mais inscrições, e isto foi muito legal. Falando em trilhas, existem algumas por lá, e elas tem nomes engraçados como Caverna dos Morcegos, Letreiros, Volta Norte, Pedra Preta do Sul, Pedra da Vigia e Pedra fincada.

Valeu muito a pena caminhar no meio da Mata Atlântica para chegar no ponto mais alto da ilha do Campeche e, dali, avistar outras ilhas como a dos Moleques, do Xavier e algumas praias da Ilha de Santa Catarina. Mas a melhor parte de todas foi contar com a “carona” que meu pai me deu, ao me levar em seus ombros por um bom tempo. Fonte: http://www.vivendofloripa.com.br/site/trilhas/ilha-do-campeche


Depois da trilha, sentimos fome e resolvemos sentar debaixo de uma árvore para fazer um piquenique. Meu pai levou uma mochila com vários lanchinhos e bastante água. Afinal, “saco vazio, não para em pé”. Aqui estou eu outra vez, compartilhando os ditos populares da minha vovó. Ah! Falando nisso, é bom dizer que dentro da ilha há somente dois restaurantes abertos durante o verão e, por isso, é importante levar comidinhas junto. E como a mamãe pensa em tudo, ela também lembrou de levar saquinhos para recolher o nosso lixo.


Depois do piquenique voltamos para a praia, pois era hora de partir. Ficamos curtindo um pouquinho mais do mar e me recordo de ter ficado observando os pés de papai debaixo daquela água cristalina. Havia outras crianças nadando nas piscinas em busca de peixinhos, e tudo era tão lindo! Não dava vontade de ir embora.


Fonte: https://www.litoraldesantacatarina.com/dicas-de-passeios/piscinas-naturais/



Minha mão ficou olhando para mim... todos estávamos felizes, e um pouquinho cansados também. Foi quando ela chegou bem pertinho do meu ouvido e disse baixinho:


“-E assim fechamos o nosso passeio com chave de ouro, não é Aninha?”


Olhando para ela, respondi:


“-Eu não entendi mamãe, mas o que eu sei é que este lugar é mesmo um tesouro!”


Minha mãe concordou comigo e disse:

“- Você é realmente muito esperta minha filha. Afinal filha de peixe, peixinha é”.


Eu acho que ela quis dizer que eu era um pouco parecida com ela... pesando bem, ela tem toda razão, como sempre!

Naquele momento nos abraçamos por um tempo, antes de embarcarmos no barco que nos levaria de volta para casa.

Que dia incrível tivemos neste paraíso!



Aproveito para deixar aqui para você a minha “inscrição rupestre. Ela representa o dia que tivemos na ilha, e algumas das coisas que aprendi com os meus pais e com a ajuda dos ditos populares de minha avó.


Este desenho faz parte de uma série de outros, criados para você colorir e aprender a respeito de lugares incríveis na Ilha da Magia. Quer saber mais? Acesse o link:




A visitação à Ilha do Campeche está condicionada às condições climáticas e, para manter a preservação do lugar, há limite de visitantes por dia. Você pode adquirir seu “ingresso” diretamente com a Sede Social do Clube Couto Magalhães, que ocupa a ilha atualmente. Este convite dá direito à travessia de barco e pernoite nos alojamentos da Sede Social. Para passar o dia, você pode ir até um dos pontos de saída das embarcações que ficam na Praia da Armação, na Praia do Campeche e na Barra da Lagoa. Dentro da ilha há serviços credenciados que são pagos (taxas) para o acesso à trilhas, costões e sítios arqueológicos, cuja verba mantém os monitores ou guias e também, colabora para a conservação da Ilha do Campeche.


Até a próxima aventura pelo nosso rico e fantástico Brasil!

Um abraço carinhoso da Aninha.

144 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page